16.5.06

DAS NOITES COM A PELE EM VOLTA



Largaste a pele ao pisar o tapete.
Entraste e não te vi.
Não produziste sombra
em frente ao candeeiro.
O espelho não falou de ti.
Respiraste em silêncio e
o meu cabelo ondeou.
Um toque de veludo

aconchegou-me os ombros.
Um cheiro a cravos inundou a sala.
O canário cantou como se ouvisse
da madrugada o despertar.
Reacenderam chamas as brasas na lareira.

Ouvi bater a porta e acordei.
Amanhã voltarás e o serão
se embrulhará na tua pele
e o meu coração acalmará.


Poemas de amor e saudade. Quem não os escreveu mesmo sem letras? Se vivemos, somos e amamos. Mesmo sem música, cantamos. Se perdemos, mesmo sem lágrimas choramos. Mas continuamos. Somos humanos.

Licínia Quitério

6 comentários:

Era uma vez um Girassol disse...

Todos temos amores e saudades.
Belíssimo, este sentido poema...
Faz bem, passar e ler-te!
Bjs

Hortência disse...

Cara Licínia,
passei por aqui inocentemente e me deparei com um poema sobre saudade.
Saudade é um sentimento muito longo, há que se comprimir bem essa saudade no poema e não no coração.
No coração ela está solta, espaçosa, inquieta, nos deixando cansadas.
Um grande abraço

naoseiquenome usar disse...

Serões acompanhados por ausências que preenchem.
Às vezes é bom.

Titá disse...

Belo...sublime.
Obrigada por partlhar connosco tamanha sensibilidade

Jorge Castro (OrCa) disse...

Belo. Uma saudade que parece sem mágoa e que nos faz falta... Porventura até sem choro. No limite, uma sensação intensa de lágrima.

E tão bem levada ao poema!

M. disse...

Belo o título, belas as palavras por dentro do título, belas as que estão pintadas de azul.

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