Verde o bosque que passeámos.
Tudo tínhamos
do chá de menta à varanda do estio
de Jacques Brel ao grito dos pavões
das tuas palavras claras aos meus versos infantes.
A verdura dava-nos o sorriso de mãe
e o abraço de amante.
Tínhamos o nome do bosque
inscrito na palma da mão.
Estávamos a salvo dos salteadores de futuro.
Foi depois do incêndio
que percebemos a cor do desalento.
O chá de menta amargou
e tudo ardeu
as tuas palavras claras e os meus versos infantes.
A verdura fez-se noite
mas o nome do bosque continua
na palma da minha mão.
Licínia Quitério