27.12.19
14.12.19
FLORES DA NOITE
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6.12.19
A HORA
de preparar o chão da noite,
de falar baixo ou calar,
de recolher as roupas,
de desligar os motores,
de convocar o silêncio do peito,
de procurar o sentido das mãos,
de juntar palavras de dia
com palavras de noite
de escrever a saudade da maré alta,
dos pinheiros altos,
da janela alta das esperas.
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28.11.19
ESCREVER
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19.11.19
AZUL
azul marinho, azul pavão,
azul safira, azul cobalto,
azul de mar alto,
azul dos olhos de Bette Davis.
azul manto, azul inteiro,
azul absoluto, azul azul,
azul colado nos meus olhos
esquecidos de imensidão.
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13.11.19
A CASA VELHA
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21.10.19
PODIA DIZER-TE
ou a alegria envergonhada das ramadas,
ou as vozes dos amigos esboçando um fado,
ou a nostalgia das bandeiras reclamando pátrias,
ou ainda as casas, sim, as sábias, astutas casas
debruadas de amores e perdições.
Podia até pintar uma aguarela, ou escrever um poema,
ou modelar um rosto, ou compor um adágio,
ou soltar um grito, ou correr, ou saltar,
ou abraçar-te, ou lançar um papagaio de papel
e depois dizer-te: Vês, eu não sei nada. Ou então:
Que queres de mim? Ou (por que não?): Amo-te.
Não podia mudar o coração da terra
nem a esperança fechada nas mãos dos homens
quando sofrem.
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20.10.19
11.10.19
O LAGO
Havia rãs e cágados e cobras de água, dentro do lago.
O lago tremia inquieto pelos seus bichos.
Vinham de terra outros bichos beber água no lago.
Havia homens e mulheres que vinham olhar o lago, só olhar.
Despediam-se felizes, até um dia, lago.
Ninguém sabe para onde foram os bichos do lago.
Ninguém sabe para onde foi a água do lago
que agora não é mais que o desenho do lago.
As árvores em volta estão tristes. Esperam que a água
volte e com ela os bichos do lago e os outros que vêm de terra
e os homens e as mulheres que olham o lago, só olham,
e se despedem, até um dia, lago.
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27.9.19
POENTE
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25.9.19
AUSÊNCIA
Difícil titular o que não é
senão a leveza do fumo a custo percebido.
A macieza numa mão fechada,
o esboço de sorriso, só o esboço,
a promessa de abraço que não passou
de um parêntesis recto em demasia,
o beijo numa pressa a descolar da pista,
o banco da reforma com a tinta a estalar e
um abutre, ou um anjo, lá no alto
a espreitar.
O táxi que nos pega nas horas de dormir
e, no fim da corrida, um deus branco a acenar.
O café, a morfina do social correcto,
com cheiro a roças e a negros de cetim.
A mulher que lamenta não ser capaz de rir ou
o louco em gargalhadas com vidros no olhar.
O falar por falar -
rosário de palavras ou contas por contar.
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23.9.19
OUTONO
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17.8.19
DIGO
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2.8.19
CRESCER
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14.7.19
CHEGAMOS
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7.7.19
O BARCO
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2.7.19
8.6.19
30.4.19
O FORTE
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26.4.19
DE AMORE
o vício de te querer.
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31.3.19
QUE SEJA
Preciso de um assombro, de algo que apazigue a intermitência das sombras, que desalinhe as paralelas infinitas, que transtorne a monotonia dos calendários, que arrase e desfaça e refaça e recrie, sem explicação, sem teorema, sem axioma, que não responda nem pergunte, que não brilhe nem se apague, que seja a ponta da espada e a bainha e a força do punho e não fira nem salve, não inunde nem seque, que tenha a voz e a mudez que nos nasce e nos mata. Que seja.
Licínia Quitério
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19.3.19
O TEMPORAL
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6.3.19
RUAS
![]() |
Ruas que cheiram a sal, a barcos.
Ruas de homens e mulheres de muitas fainas,
de muitas falas, cantadas, onduladas
de marés várias.
Em todo o mundo há ruas assim,
com o mar ao fundo, a espreitar,
a acenar, vem comigo marear.
As ruas sorriem e coram,
mas não vão.
Ficam em terra a acoitar
as mulheres, os homens, a escutar
suas histórias de pasmar.
Licínia Quitério
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12.2.19
SIM
Os livros, sim.
A escola, sim.
E a pele, e o ouvido, e o cheiro, e o olhar, e o paladar, sim, sim.
Olhar quem passa, ouvir o amigo e o inimigo, cheirar o pão, o ferro, o suor, o vinho, a maresia, sentir o frio, o calor, a macieza da pele, do pelo, sentir o corte, o empurrão, a dor, o aperto, o abraço, saber o amargo até ao fel, o doce até ao mel.
Se o tempo chegar, estudar a filosofia dos gatos, das magnólias, do xisto, dos velhos sábios, dos velhos ignorantes, da lua nova e da orion.
Depois dormir, com um livro inacabado sobre peito.
Licínia Quitério
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31.1.19
SÍTIOS
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1.1.19
2019
Mais um ano
tantos anos
os que passaram por mim
a apontarem o caminho
que eu nem sempre segui
mas nunca me arrependi
que o caminho somos nós
nossos o corpo e a vontade
nosso é tudo o que colhemos
seja bondade ou maldade
as dores e os amores cruzando
com as canções que cantamos
com os versos que escrevemos
com os amigos que alcançamos
com os amigos que perdemos
muitos anos
deste mundo em desvario
de gente à míngua de pão
de velho a morrer de frio
de fogo no arvoredo
de gente de arma na mão
de gente à beira do medo
sem que eu os possa contar
Meu caminho foi somar
por vezes diminuir
e outras multiplicar
para poder dividir
sabendo que o resultado
desta vida desta escrita
depois de bem apurado
é uma dízima infinita
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Licínia Quitério
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