16.9.25

AS AMORAS

 Quando as amoras trepavam pela sombra

ou o sol sobre elas descia

o verão era largo nos meus olhos.

Colhíamos o elixir dos bagos

no coração iluminado.

Era todo um mundo aberto à poesia

ao delírio da água na casa dos cântaros

e à vertigem das brisas

sobre as árvores do pátio.

Quando as amoras trepavam pela sombra

era mais doce a minha boca

e sem saberes já te beijava

quando a lua sorria como louca.


Licínia Quitério

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