1.6.08

UM CORAÇÃO

Vestes talhadas em

claros panos de aconchego.

Sombras de orientes

a adornar águas de agosto.

Doiradas cabeleiras

anunciadas na fala das estrelas.

O zumbido ondulante dos insectos.

O azul, o grande azul

sobre a memória da terra calcinada.

Indiferente ao estrépito dos mundos,

neste desvão das horas se reclina

absorto um coração.



Licínia Quitério

19 comentários:

Justine disse...

Requintada a beleza da flor. Sedutor, o labirinto das palavras.
Fulgências!

© Maria Manuel disse...

bela descrição!

M. disse...

Especial. A beleza em cada palavra.

Graça Pires disse...

Panos de aconchego. Sombras de orientes. O azul. A memória da terra. Como pode ficar absorto o coração?

dona tela disse...

Haja alegria por aqui também.

Mar Arável disse...

A viagem do pólen

Unknown disse...

Bonito, Licínia.
Eduardo Aleixo
( À Beira de Água )

Maria disse...

Muito belo. o poema. a flor.

CNS disse...

Trasborda azul. Daquele tépido que abraça o horizonte.
Muito, muito bonito

Ad astra disse...

e nesta leitura senti-me invadir de um tranquilo alheamento

viajei

Justine disse...

Entrei só um instantinho para te dizer como está belo o teu escrito sobre os jacarandás! O Eugénio não se envergonharia :))

(P.S. e conquistaste um admirador!)
Beijo

Manuel Veiga disse...

um azul.um belo azul. sobre a terra calcinada. como refrigério da alma...

belos sempre. os teus poemas.

beijos

maria josé quintela disse...

em cenário estimulante dos sentidos.

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Como projectam os orientes as suas sombras? E como podem elas absorver um coração?

Joana Roque Lino disse...

um coração absorto, mas quente! Um beijinho.

dona tela disse...

Tenho lá um desafio muito giro.

P.S. Então é assim: Como ainda não sinto categoria para comentar, vou deixando o mesmo recado em todos os senhores(as). Certo??


Até logo.

Alberto Oliveira disse...

Meu coração absorto
leu o teu e se alegrou
saiu do estado morto
cantou sorriu e bailou.

Cantou sorriu e bailou
nem uma lágrima verteu
nem tão pouco se cansou
se anima ao azul do céu.

Se anima ao azul do céu
tal a ânsia do folguedo
nem uma lágrima verteu
que da vida não tem medo.


beijinhos e sorrisos.

bettips disse...

Fica-se de coração nosso
absorvido, nas lianas cruzadas da imaginação.
Bj

Licínia Quitério disse...

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