Persistentes, audazes somos
moldando o barro,
cinzelando a pedra,
construindo.
De riso em dor,
de dor em riso,
vamos rasgando os arcos,
as pontes alongando.
Por vezes nos detemos
que a muralha é de medos.
Se for preciso desenhamos
um alado vocábulo
para além da saudade.
Por vezes recuamos
e apagamos as flores
no bolor das paredes.
De voz em voz,
de mão em mão,
semeamos vontades
e madrugadas
e pássaros de cristal.
Construtores de sombra e claridade,
é o que sabemos.
Licínia Quitério
17 comentários:
"De voz em voz,
de mão em mão,
semeamos vontades
e madrugadas
e pássaros de cristal."
Um poema cheio de luz, que eu li e reli, porque ilumina...
Um beijo Licínia.
Preciso do teu apoio para ver se uma minha amiga conseguia ajudar. Que me cedesse uma das tuas belas histórias ou fotografias que ando a organizar um leilão!
Vem daí ver o meu Luar e contribui!
Um grande abraço e que chegue o humor.
..."De voz em voz,
de mão em mão,
semeamos vontades
e madrugadas
e pássaros de cristal."
Não sou original, mas é o que sei e o que sinto...
Obrigada, Licínia
Um beijo
Belíssimo, Licínia! Belíssimo!
Devemos seguir sempre em frente e nunca olhar para trás, construindo e crescendo.
Obrigado pela mensagem repleta de força.
Jinhos :)
construtores de poesia também...
Enquanto houver sombras e luz estaremos equilibrados, como o estamos sempre com as tuas palavras.
As sombra que só existem na luz.
Belíssimo.
Pedra a pedra, arcos em nós, os vamos fazendo:
com as tuas palavras, tão delicadas, negando a aspereza do labor.
Bj
É o que sabemos
Semear pássaros de cristal
os gatos, ai meu Deus os gatos!
esses apanham pássaros de verdade...
é preciso resistir
também com palavras
mais sombra que claridade...
um beijinho.
belíssimo, Lícinia. este o Poema!!!
beijos
... olha, agora que é domingo à tarde (ah! que me veio à memória aquela incontornável canção do Nelson Ned) e o pessoal deve estar a descansar dos blogs, vou-te confidenciar uma coisa: estou a deixar de saber fazer bem o que fazia sofrivelmente. É verdade. Paulatinamente o saber escapa-se-me entre os dedos como aquelas enguias vivas que são muito saborosas quando bem fritas. O que hoje sei, é comparativamente pouco com o que não sabia ontem. Exemplo disso foi aqui há dias um sujeito com um aspecto estranhíssimo perguntar-me na rua Augusta "Sabe se estou a ir bem para a Avenida de Roma?" Olhei-o com pena "Tem azar amigo. Se me perguntasse se eu sabia o caminho para a Avenida Estados Unidos da América, era canja! que nessa estive lá ontem. Apanhava o cacilheiro no Cais do Sodré e estava lá num pulinho. Da Avenida de Roma já não sei. Mas tenho uma vaga ideia que fica ali para os lados do Parque das Nações."
Sabes o que te digo? Não sei.
Nas tuas palavras a sementeira de pássaros de cristal. Tão belo, Licínia! **
De casa em casa, construimos
para lá das pedras,
o fogo que nos ilumina.
Chamem-lhe de papel.
Eu chamar-lhe-ia poesia!
Um beijo grande para ti
Ps-Já voltei a ter net :))
O homem e as suas contradições, retratado de maneira exemplar e delicada no teu elegante poema.
Que bom ler-te!
Um beijo
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