
Tantas vezes no gelo
adormecemos.
Tantas vezes o fogo sob as águas
nos desperta.
Cristais de sal no olhar.
Sinais de espuma
na quadrícula dos dias.
Dizer eu tive eu fui eu quero.
Tocar o mármore
e vislumbrar o átrio.
Redesenhar o quadro
e expô-lo à claridade.
Dar o corpo ao presente
como se faz no amor.
Enquanto o fogo sob as águas.
Licínia Quitério
11 comentários:
Tão , tão belo ... Tão perfeito!
Abraço, Poeta
_______ JRMARTO
Ah, e como é belo este fogo sob as águas... e como são intensas as tuas palavras...
Beijo
o fogo desperta-nos para a vida.
belo poema!
Minha querida
tem toda a razão
o gelo queima
Bjs
Não consigo penetrar este gelo a arder. Ilusão do poder? Enganos? Fugas? Perdi-me...
Sabes achar-lhe o tom para que o som tenha o tom das letras juntas...
abraços!
dizer como no poema
para ti escrevo.
O fogo sob as águas... onde se desenha a sede lentamente...
Muito belo Licínia. Um beijo.
Está perfeito
pois nota-se que vem de dentro
de ti, do peito.
E assim sendo,
não ponho mais na carta
fora do baralho.
Fazendo votos que os bombeiros
tenham sempre muito trabalho*.
*Poeticamente falando, claro.
Sorrisos.
Ando em moderação, em distracção.
Tipo melting point.
Felizmente há abraços.
Fogosos de amizade.
Bj
ardente e breve esse fogo. lampejos de claridade. que os dedos tacteiam. apenas...
e no entanto,
o mármore abre-se em átrio. na bruxuleante luz...
beijo
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