Que te posso dizer daqui da beira-mar
se não anunciar que o poema nasceu?
Uma batida incerta a querer romper o peito,
uma breve tontura, uma agonia quase.
O mar vizinho, sempre inconformado,
apertado entre os céus e os fundos abissais.
O cheiro intenso a peixe, a náusea do que fomos,
a seduzir os braços do poema.
Ele aí vai, a roçagar escamas de luz,
febril, bamboleante, ébrio de sons,
ensaiando o nome do silêncio,
na estrada atapetada de algas e de búzios.
Em eterna vigília ficará, te digo,
o poema nascido à beira-mar.
se não anunciar que o poema nasceu?
Uma batida incerta a querer romper o peito,
uma breve tontura, uma agonia quase.
O mar vizinho, sempre inconformado,
apertado entre os céus e os fundos abissais.
O cheiro intenso a peixe, a náusea do que fomos,
a seduzir os braços do poema.
Ele aí vai, a roçagar escamas de luz,
febril, bamboleante, ébrio de sons,
ensaiando o nome do silêncio,
na estrada atapetada de algas e de búzios.
Em eterna vigília ficará, te digo,
o poema nascido à beira-mar.
Licínia Quitério, "Da Memória dos Sentidos"
13 comentários:
Os poemas nunca morrem.
Mas um poema nascido à beira mar vive para sempre, pois do mar respira e nele ama.
Lindo!
Um abraço
Tão lindo este poema nascido á beira mar!! Beijos.
À beira-mar
tudo é possível
até o eterno poema
Quando o poema nasce toda a emoção nos atinge como se fosse uma tempestade.
Muito belo o poema, Licínia. Um beijo.
mar de sargaços, por vezes. donde a tua palavra poética se ergue cristalina.
"a roçagar escamas" do tempo...
belíssimo.
beijos
É assim o mar!
Traz a poesia nas ondas.
"...febril, bamboleante, ébrio de sons,
ensaiando o nome do silêncio,
na estrada atapetada de algas e de búzios."
Lindo!
Um beijo
Magnífica fulguração, essa do nascimento do poema.A iluminar qualquer noite...
A sedução em braços de poema.
Um peixe prateado que nos salta.
O poema indispensável, esse que dizes talvez um dia assome para muitos de nós.
Bjinho
quando o poema rompe
há um colo de luz
impossível de conter
________
belo
de azuis infinitos
um beijo
belíssimo este poema de águas e luz, nascido à beira mar.
beijo, Licínia.
Ah Licínia, que bonito. Que bonito, caramba...
Um abraço
És uma maré cheia de poesia, Licínia.
Beijos, boa noite.
A beleza das palavras e da fotografia.
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