27.1.10
AMEI O VERÃO
Amei o verão e as sombras ofertantes
de grutas e desvãos e amáveis
copas aos tórridos amantes.
Imensa a praia onde me deitei
e mais ninguém pisou como eu pisei.
Eram então os dias em que o corpo
se vestia de carmim e açafrão
para receber o desenho dos pássaros
na frescura da lâmina da tarde
e a minha escrita era líquida e nua
a deixar-se tomar por peixes verdes
que um poeta andarilho me oferecera.
Foi claro e breve o tempo da inocência.
A praia essa continua imensa.
Licínia Quitério
partilhado por Licínia Quitério às 7:29:00 da tarde
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14 comentários:
Estão aqui, nas tuas palavras, memórias da minha inocência.
Deixaste-me em estado líquido, Licínia!
Um abraço
Amei o teu poema, Licínia.
Também amo o verão, o mar, os pássaros e, até, os peixes verdes - tenho um poema com esse motivo: peixes verdes - é extasiante.
Abraços.
A tua escrita continua liquida e nua e poética - em qualquer tempo, inocente ou não.
Mas também tenho saudades do Verão!
como o tempo contamina a inocência! e a praia (imensa) a fervilhar. nos passos andarilhos e nas palavras limpidas e puras!
assim te leio. com admiração.
beijo
"Como ontem-como tu"
murmuram os olhos.
Bjinhos Licínia
"Foi claro e breve o tempo da inocência.
A praia essa continua imensa."
... mas apesar de imensa
a praia
nunca foi grande o bastante
pra comportar todos os sonhos
d'um tempo
breve
(nem sempre claro)
de quando pra voar
só necessitávamos da imaginação.
deixo um abraço fraterno, Licínia.
... apenas um poeta andarilho teria a faculdade de poder ofercer peixes verdes. Um comum banhista não iria além de um gelado da Olá (passe a publicidade) ou um café na esplanada da praia.
abraço.
Olá, amiga!
Achei muito bonito o seu poema!
Beijinho
Amada me pareces, também, pelo Verão, no seu fulgor inocente.
:) Um beijinho, Licínia.
Como o Legível teve um acesso de rara lucidez, não posso deixar de estar em acordo com ele. Mas isto é apenas um à parte.
Quanto ao tempo de inocência, pois foi! o tempo ... é o tempo.
Bj.
tão breve o tempo inocente dos pássaros.
tão extasiante o abismo do azul
antes do tempo devasso do olhar
________
beijo
é «claro e breve o tempo da inocência», que tão bem poetizas, tempo de pássaros, frescura, despojamento, imensidão, do «poeta andarilho». belo!
beijo, Licínia.
... apenas para agradecer ao Rui Fernandes as palavras simpáticas com que me quis brindar mas que não mereço. É que sou muito cioso da minha doidice.
abraços e sorrisos.
Belíssimo! Também este, Licínia.
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