4.7.10
DO AMOR
Trazemos no olhar o tecido dos dias
que desejamos claro, com a suavidade
mate duma primeira e tão fugaz infância.
Navegamos mares, cruzamos ares,
resistimos à traição do escuro do abismo.
Esbanjamos desejo para dele sabermos.
Poupamos no amor para o termos inteiro,
sem importar o rosto ou o nome, que ele
é a mão e a voz e uma infinita paz, de pele
a pele, de vontade a vontade. A água sobre a água,
a pedra contra a pedra construindo a vereda,
um fogo brando, maior a luz que a chama,
a iluminar um arco de passagem até ao fim do tempo.
E para lá do fim, teimosamente, a água sobre a água.
Licínia Quitério
partilhado por Licínia Quitério às 1:25:00 da tarde
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11 comentários:
Parafraseando mestre Cesário:
Hiuve uma coisa (um poema) simplesmente bela...
Luminosa, a tua poesia. Coragem? Força?Esperança? Resistência? Teimosia!
A vida sobre a vida. Teimosamente. Belo.
Um beijo.
Mais um belo poema que nos fala da vida, ora bela, ora dorida. Adorei ler.
beijinhos.
Preferível é voar
com os pés bem fincados no chão
Teimosa mente
A água sobre a água!
Eis uma bela maneira de encerrar o dito,
neste belo poema!
Bjs
De grande sabedoria este poema, Licínia.
... gota a gota, como beijos de mãe, o versejar é luz e caminho onde chego ao Sítio do Poema.
deixo um abraço fraterno.
O tecido dos dias entretecido nas palavras. Belíssimo.
que "a água sobre água" se faça aluvião...
enorme Poema,
beijo
esse é daqueles poemas que chegam rápido ao coração
extremamente belo
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