Os homens plantaram os cedros e disseram: Nós saberemos o vosso tempo de crescer. Sereis os guardiões do vento e dos olhares indesejados. Não ficareis doentes nem morrereis sem nossa ordem. Ser verdes e fortes é o vosso labor e o cumprireis. Aceitareis os nossos excessos e não direis da vossa estranheza. Não dareis asilo a aves palradoras. Jamais quebrareis a mudez e o alheamento. Para nosso deleite, tereis frutos pequenos e olorosos. Não penseis em deitá-los à terra, pois os arrancaremos. Obedecer é o vosso destino, o vosso inestimável conforto. Imperturbáveis, os cedros. Dir-se-iam felizes os súbditos verdes dos homens cinzentos. Não se entende porque apareceu uma rede entre os cedros e os homens. Há quem diga que os protege da mudez absoluta dos cedros.
Licínia Quitério
7 comentários:
Fica aqui muito bem, sim!
Os homens cercearam. Julgavam eles que o faziam a árvores, fazendo-o a si mesmos.
De tua sabedoria nos confortas; isto é porque, ou a ironia quotidiana ou a poesia diária, nos alimentam.
Bjs
Será mudez? Ou uma revolta cerceada? Belo.
Uma metáfora pujante de sombras, reflexos e silêncios sábios...
Estimada amiga
Ai quando os cedros falarem
e os homens souberem ouvir
silêncios acordados
Aguardo esse dia
Bjs
Porquê então tão perto da morte nos cemitérios?
Frases escritas a vermelho demonstram muitos sinais de sentimentos puros e verdadeiros. Adorei o que escreveste. Mil beijinhos fofinhos,fica bem amiguinha!!
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