17.9.11

AS TORRES

As torres. Sempre as torres.
Os homens cavalgam os verbos
e constroem.
Por cada pedra o custo de uma vida.
Eia, eia! Um palmo mais, um ombro mais, eia!
E as torres crescem, e a ambição consome,
mais que a fome.
As torres têm olhos e vigiam as noites
com os homens dentro.
No cimo das torres há agulhas, desafios,
gritos mudos.


A lua grande passa, abraça.
A torre conta luas.  Um dia
a torre cai. A lua volta.




Licínia Quitério


Foto de Rui Medeiros.

4 comentários:

Manuel Veiga disse...

sábias e belas palavras!

as torres morrem. e não de pé - como as árvores!

belíssimo.

beijos

Justine disse...

É importante ver sempre para além das torres, que nos querem esconder o essencial...
Muito belo, Poetisa!

Filoxera disse...

Tua acontece e a Lua continuará a voltar...
Até breve.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

Que Belo! Um Prazer Ler-te !!!
Um abraço
JRMARTO

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