 |
Podes dizer que o mar é verde verde como os prados daqueles países ao norte nos bilhetes postais que chegavam no dia dos teus anos e tu miravas e viajavas de mansinho pelo corredor sombrio com um sorriso guloso do chocolate do leite das vaquinhas brancas pintalgadas de negro a pintalgarem os tais prados verdes daquele verde que agora dizes é a cor do mar Isso era no tempo dos teus anos verdes esses sim verdes como os prados que depois pisaste e já não tinhas um sorriso guloso nem mesmo um sorriso triste e os chocolates foram amargos que tudo fica amargo se os postais demoram e às vezes chegam e dizem nunca mais e mesmo assim ao dizeres prado dizes mar ou meu amor como no tempo verde dos teus anos Licínia Quitério |
24.1.12
VERDE MAR
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
A nostalgia feita poesia. Belíssimo!
Hoje o postal chegou com uma paisagem cinzenta, o mar está triste e o chocolate é amargo...
(o teu poema emocionou-me, amiga)
Há dias em que os olhos ficam mais verdes, salgados de dor e perda. e a palavra arde na ponta dos dedos. e verde se faz o caminho amarelecido onde os pés deixam de caminhar. e ainda assim...
Beijo, Licínia querida.
Obrigada
Mel
verdes, como os olhos da Joaninha
... nas "viagens da minha Terra"!
amorável poema.
beijo
Muito bonito, todo este joge de palavras em tons de verde...
Boa semana.
Beijinhos.
Não há morte nem princípio
tudo se move
Bjs
Muito bonito o mar verde, como a lonjura.
"E mesmo assim"... Que de outro modo ser e estar?
Lindíssimo e inesquecível. Ana Simão
Algumas poesias incendeiam nossos olhos e inundam nossos corações. A sobrevivência de quem as lê se dá pela excelência destas poesias. Você, Licínia, tem o dom de me incendiar e de me afogar com tuas poesias e, ao mesmo tempo, resgatar minha alma e dar a ela o prazer de estar em tuas mãos.
beijos
Rangel
Enviar um comentário