20.4.12

ESPERA UM POUCO


Espera um pouco eu sei

as águas estão frias 
e as vozes noturnas afligem 
as mãos de quem labuta
Os lobos choram porque
há homens a uivar
nas clareiras 
e um cheiro a peste
vem rondar as manadas
ondulantes submissas
Digo-te que esperes
Não te digo como
nem quando verás
soltar-se a corda
e começar a construção
Há de acender-se a madrugada
na escada do poema
Subirás do lodo
à margem do amor
Será a hora de amortalhar
o medo e a faca
o vidro e o veneno
Reinventar a cidade
é a tua tarefa
Não te esqueças de amarrar o barco


Licínia Quitério

4 comentários:

Justine disse...

Saberemos esperar!Uma espera feita de luta e de resistência,até à tal madrugada...
(que belo poema, amiga!)

Mar Arável disse...

Há-de acender-se o mar

Bjs

Manuel Veiga disse...

há-de acender-se a madrugada

... e os dias voltarão claros e limpidos!

poema empolgante, minha amiga

beijo

M. disse...

Tão bonito este encostar de passos à escada da vida.

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