21.11.12

NO SILÊNCIO DE SEDA

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Erguias  muros e sorrias nas esquinas que dobravas, deixando para trás, aflitos, os emparedados do sol. Ensinaram-te a dizer palácio e sonhavas com a seda a roçar-te a nudez. Para sempre triunfante, pensavas, aprisionada a maldição divina no labirinto indecifrável. Livre, dizias-te, saciada a fome na prata dos banquetes. Diariamente decidias da vida e morte de estrelas. Todo o poder dos mundos no toque dos teus dedos. Reinavas, marmórea, no silêncio de seda,  na mais perfeita solidão dos muros.

Licínia Quitério

3 comentários:

Mar Arável disse...

Quando a pedra é trabalhada

mostra a vida que tem lá dentro


Manuel Veiga disse...

a respiração das estátuas nas tuas belíssimas palavras...

beijo

M. disse...

Da beleza das coisas!

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