16.4.13

AUSENTAM-SE


Ausentam-se e deixam as marcas do vidro 
nos rebordos das mesas, 
no preto e branco das salas vermelhas. 
Sentam-se, com se vivos fossem, 
no chão vermelho a preto e branco. 
Não desistem de nos afagar os cabelos, 
de nos beijar a boca, de nos deitar no sono, 
de nos deixar exaustos de bem-querer. 
Circulam, ondeiam, nas pupilas dilatadas 
à entrada dos túneis. 
Antes ou depois, entenderemos os loucos da cidade.

Licínia Quitério

2 comentários:

Mar Arável disse...

Os loucos
quando estão presos
sempre perguntam
quantos são vocês
aí dentro

e ninguém lhes responde

Anónimo disse...

Não são esses os loucos: o mundo está tomado de loucura que não se ausenta. E toma todas as formas do diabo, diria até mais, formas de desumanidade. Hoje foi o programa decomputador que se enganou nas previsões económicas... amanhã serão as famílias massacradas sem notícia que valha a pena.
Mais uma vez, o Poema - ainda não o que esperamos aqui assomar. Um dia, querida L.
Bjinho da bettips

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