4.6.13

DEVASTAÇÃO


Em tempo de desventura 
os poetas falam 
de ervas daninhas 

porque a escassez das rimas não ajuda
a conjugação precária do amor
Viram a nascente o coração e
soletram novas sílabas
nas malhas apertadas da ternura
Com o orvalho da manhã
nascem-lhes nos dedos margaridas
que abrandarão a raiva de saberem 

seus versos poluídos
nos ímpios altares da fortuna

Choram os poetas e 
os anjos acrescentam
penas
pétalas
cantos
aos seus campos
devastados

Licínia Quitério

6 comentários:

O Puma disse...

É preciso resistir

vida entre margens disse...

Belíssimos poemas aqui encontrei...
Voltarei sempre a este sítio, onde o Poema tem voz!

Deixo beijinhos!***

Mar Arável disse...

Neste val de lágrimas

os pássaros não deixam de cantar

Manuel Veiga disse...

o canto do poetas como resistência.

belíssimo

beijo

Justine disse...

Choram os poetas e choram os outros, os que entendem a poesia...

M. disse...

O prazer de olhar.

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