Têm a fala sibilina dos répteis, o andar rasante dos répteis, os lábios ausentes dos répteis, a ligeireza na fuga, o silêncio antes da presa, a transfuga da pele, o transvase da linfa, o desdem pela recta, o êxtase dos tiranos, a ambição dos tolos. Quem lhes dera uma fita azul que atasse o corpo ao céu e ensinasse negócios de subida, de brancura, de travessia sem barqueiro e sem óbolo. Quem nos dera a água que lavasse, a pedra que pesasse, o sopro que os mudasse e fossem peixe que nadasse ou ave que voasse ou réptil que de homem não soubesse.
Licínia Quitério
4 comentários:
Estou a vê-los
serpenteando
Sim, quem nos dera.
mas continuam repteis...
alguns ratos!...
Litania
vontade de que, pelo menos, os répteis tivessem asas e se pusessem daqui para fora.
Sim. Quem nos dera que aparecesse o chicote e a verdade sobre estes vermes.
Bj da bettips
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