As cidades bombardeadas não são a cores nem a preto e branco.
As cidades bombardeadas são da cor do escombro.
Não têm céu, as cidades bombardeadas.
Acima do pó, a ausência do céu.
A cor do caos é indecifrável, inominável.
Do escombro erguem-se corpos imponderáveis que são fumo.
Só as cordas de fogo têm cor. Só elas permitem mapear o escombro.
Licínia Quitério
3 comentários:
"belo-horrivel", teu poema.
beijo
A vaga do medo avança enquanto se reúnem os burocratas, à mesa ou no hemiciclo. Não caia um raio que os parta, em directo, e o fumo se evole, deles que não são inocentes. Bjs
Sim, "acima do pó a ausência do céu". Terrível.
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