19.7.15

AMOR



Confiar nas sombras é adivinhar os corpos. 
Melhor que adivinhá-los, 
é lembrá-los. 
Já não pesados, não quentes. 
Corpos que flutuam, 
homens, peixes, pássaros, 
tanto faz.  
Corpos, 
seres que amamos 
e são sombras. 
Chegam nas ranhuras do silêncio.
São da cor do fumo. 
Bailam, 
tocam-nos, 
transformam-se, 
partem com as nuvens. 
Há os que não regressam, 
para nossa infinita tristeza. 
Há os que voltam sempre, 
ao mais ligeiro sopro do vento norte, 
na primeira noite da Lua nova. 
Amor, 
é a palavra que soltamos.


Licínia Quitério

1 comentário:

Manuel Veiga disse...

... e preenchem todos os silêncios!
e soltam todas todos os ventos!

belíssimo, Poeta.

beijo

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