17.5.16

MUDAR O MUNDO



Mudar o mundo assim
com um mover de mão
dar cor às folhas mortas
pintar um rosto no vidro da janela
subir a crina do cavalo até à nuvem
descer a nuvem até ao rés do prado
e mais
e mais
fazer e desfazer
derrubar reerguer
desconstruir
reinventar a inicial vontade de mudança
e não parar 
que parar é viver sem saber 
das muitas mortes por haver
Não paro e escrevo vida
com as letras de fonte

e finjo que não sei
da carne dos proscritos 
de mãos imóveis 
no gume das navalhas
atravessando o mundo que não muda

Licínia Quitério

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