Aprendemos a
fingir que nada aconteceu, que somos
ainda os mesmos a passear
de mãos dadas pelos cais desertos, o
cheiro do lodo a trazer-nos a velhice da cidade.
Tantas
guerras passaram e nós à espera que a paz
acontecesse, a grande
paz que tínhamos lido, feita de
troncos renascidos e de animais à solta, derrubadas
as farpas da loucura.
Passou o
tempo do aço, passou o
tempo da renda, voltámos a
passear nos cais do lodo e inventamos histórias iguais
às verdadeiras.
Tão poucas certezas nos ficaram do mar de
enganos que vivemos.
Licínia Quitério
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