A mornidão dos dias que nos cabem
nos anúncios de outono
é um bálsamo para as feridas do incêndio.
O nosso corpo abranda
a indecência da febre, da doença.
Saboreamos um intervalo que pode ser
uma linha de partida ou de chegada.
Confundimos os sonhos com a beleza
dos crepúsculos.
A ombreira da porta conhece o nosso desamparo,
chama-nos, mas recusamos a oferta.
Preferimos balançar. Sabemos da queda,
mas no outono tudo se esquece.
Licínia Quitério
2 comentários:
"Confundimos os sonhos com a beleza dos crepúsculos". Tão belo e verdadeiro!
Continua a cuidar-te.
Uma boa semana.
Um beijo.
Estou a ler a "mala de porão". Estou a adorar.
Obrigada sempre, querida Graça.
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