Tens um pássaro moribundo aos pés
e não lhe tocas
Esperas que ele morra
para depois o ergueres
A tua mão não treme
Dizes: pobre ser indefeso
Os teus olhos estão secos
do pó do tempo que passou
O chão da guerra está juncado
de pássaros mortos
Dizes: pobres seres indefesos
Ficam aguados os teus olhos
com a lembrança dos rios que passaram
Os pássaros lá ficam
até serem cinza água
remorso de todos nós
pássaros indefesos
Licínia Quitério
Sem comentários:
Enviar um comentário