Havia a rua, a casa, as janelas fitando-nos.
A porta sempre fechada.
A casa só existia porque as janelas nos fitavam.
A porta esperava o toque das nossas mãos.
Que não aconteceu.
Hoje digo: a casa é tão bonita.
Ela existe sem que as janelas nos fitem.
A porta entreaberta.
Sem o toque das nossas mãos.
Hoje digo: a rua era tão larga.
Licínia Quitério
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