É uma casa muito antiga
de pessoas muito antigas
que à janela se mostravam
com os pequenos ao colo
a acenar à senhora
que dizia olá menino
e tudo continuava
rua acima rua abaixo
e o azul da casa lá estava
dias e anos passavam
e o pequeno que cresceu
à janela se mostrava
mas já ninguém acenava
à senhora que passava
e a senhora pensava
como o menino cresceu
nem um sorriso me deu
vida acima vida abaixo
o azul continuava
Licínia Quitério
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