Resistem à clausura porque perderam, diz-se,
o livro das palavras incoerentes.
Silenciosos, bailam e o ondear das vestes
desmente a crueldade das miragens.
Em noites de lua nova há peixes mortos,
por medo de que o brilho se não cumpra.
Mas, nas manhãs solares, levanta-se um vapor
de sonho inacabado sobre as águas.
Licínia Quitério
25.3.09
RESISTEM À CLAUSURA
partilhado por
Licínia Quitério
às
8:35:00 da manhã
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14 comentários:
Bonito, Licínia. As palavras escritas por ti fazem todo o sentido. Muitos beijos.
Obrigado pela delicada visita e pelas palavras.
"por medo de que o brilho se não cumpra." Talvez seja também por isso que escrevemos.
um beijinho
Resistindo silenciosamente, ou não, mas resistindo sempre...
Beijo
.... muito belo , como nos vem habituando...
BeiJo
_________ JRMARTO
Também já vi sombras brancas
que se levantam
a qualquer hora da noite
Belo
Há sempre um caminho de lua nova. Quem dera fosse possível seguir sempre pelas manhãs solares...
E são essas manhãs solares, as que realmente contam. Muito belo, como sempre. **
Resistência a todas as marés negras:
a fuga dos peixes,
no cantar das sereias.
Um beijo, Licínia, bom sábado de vento nomeado.
:)
Muito belo, Licínia, com imagens bem sugestivas.
Hoje, ao ver as gaivotas a picar o rio em vôo, pensei neste "resistem à clausura" ...
Era uma pequena manhã solar, de vento frio, mas chegou-me aos olhos a "miragem de voar", resistindo.
Bj
Um sonho inacabado nas manhãs solares. As palavras que não te resistem... Um beijo.
Muito bom mesmo!
Sei que cada vez que aqui chego, me repito; mas que posso fazer? Saio sempre encantada.
Beijos
Maria Mamede
belas as manhãs solares. em que o sonho se agiganta...
invejável poema.
adorei.
beijo, Poetisa (grande).
Muito bonita a imagem de "um vapor de sonho inacabado sobre as águas".
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