Violência é a fome, o choro
infindável de etiópias, o medo
de as saber e rastejar aos pés
da escarpa triunfante, cesárea,
coroada.
O amor, ah sim o amor, a poesia,
as danças e o pôr-do-sol a desabar
cornucópias de cor no litoral.
Foi sempre assim, não é? O riso impune
das hienas e a espera dos abutres.
Desde que o homem é homem.
Ou quando já não é. Amen.
Licínia Quitério
6.8.09
FOI SEMPRE ASSIM
partilhado por Licínia Quitério às 3:39:00 da tarde
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13 comentários:
Que bela oração
minha amiga
Bjs
"Foi sempre assim..."
Quantas vezes, o suficiente para escamotear a cobardia dos homens.
Um beijo
E ainda que assim sempre tivesse sido, não há quem canse, quem risque, quem apague e volte a inventar?
Abraço, bom fim de semana
Tens razão, Licinia.Muitos deixaram de ser HOMENS para serem
animais sem classificação.
Gostei de ler.
Amen.
belíssimo poema ou melhor oração- poema !
a ti, o meu abraço
________ JRMarto
Não creio no determinismo nem do criacionismo. Contudo, gosto do poema pela denúncia dos muitos chacais que andam por aí a rirem-se de nós...
Anda o mundo às avessas
e, para maior galantaria,
os que hão-de valer não valem
e os que valem não têm valia.
Outros para valer se valem
do valor de quem o cria,
até que as avessas do mundo
lhe dêem a volta um dia.
Abraço
João
foi sempre assim. e dói que assim seja. por vezes não vislumbramos solução. quanto gostei de te ler!
beijos
Belo este poema forte como gosto.
Reparei que a tua foto no perfil foi renovada e estás com ar fresco e feliz.
Bjs
TD
Não, há Clarices que medram, entre sóis e ruínas. Que saltam a sebe, a recordação: e agem.
Vontade forte!
Um belo, mais um, sentir.
Bjinho
A indignação do pôr-do-sol e o diálogo do entendimento revelado na cor forte das palavras...
bela. a tua Palavra.
que subverte a "ordem natural das coisas"...
beijo
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