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A chuva cai e eu sou uma frase que experimenta voar.
Lágrimas de deuses aprisionados nas nuvens.
As oliveiras tremem e o violoncelo chora no leito dos amantes.
Como se não houvesse barcos para o amanhã e o teu rosto
fossem as últimas maçãs do ramo. Suave a chuva.
A liquidez da tarde e eu esquecida do estrépito da escrita.
Licínia Quitério
18 comentários:
Belíssimo!! Adorei o primeiro verso...beijinhos.
"Como se não houvesse barcos para o amanhã e o teu rosto fossem as últimas maçãs do ramo"
Lindíssimo, Licínia.
Um beijo
eu cemi-cerro os olhos e deixo-me voar dentro das palavras livres...
um beijo daqui.
Passeei-me à chuva pela areia molhada, deixando que a espuma das ondas me lambesse os pés.
Sinto-te em estado líquido...
:)))
Beijo, Licínia
... esta tua carta apanhou-me desprevenido. Que é como quem diz: sem ter trazido o guarda-chuva. Nem imaginas o estado em que me encontro. Encharcado até aos ossos e por cada passo, até chegar às tuas letras, os sapatos a fazerem chap-chap no chão da escrita, alagado até ao texto. E como isto não bastasse, ameaças que és "uma frase que experimenta voar"...
Tem um bom dia. De sol.
Legível.
Atenta no primeiro verso , ele todo um verdadeiro, ou melhor , o verdadeiro poema !
abraço!
_______ JRMARTO
bom reencontrar palavras tão suaves.
um abraço fraterno.
batista
Suave o teu poema. Mas há nele um fulgor fatigado, um frémito de lassidão. Uma espera. Uma esperança?
Posso dizer outra vez "Que bonito!"?
Passei por acaso.
Li e gostei. Gostei dos quadros que pintamos no nosso consciente, por cada verso que li.
No conteúdo total, lembrei-me de umas frases que li, não sei onde. Interessa se elas se arquivam dentro de nós.
"Um poeta leva um amigo a admirar uma paisagem fabulosa, daquelas que a natureza, por veses, nos oferece.
Pergunta-lhe: A natureza é ou não é uma pintora maravilhosa. Que me dizes desta obra de arte?
- E depois, responde o amigo, é muito lindo, mas onde estão as legendas."
Retenho:
"A chuva cai e eu sou uma frase que experimenta voar.
Lágrimas de deuses aprisionados nas nuvens."
Um poema feito beleza pela liquidez dos versos.
Um beijo
Tão suave e doce a chuva, neste Outono ainda quente, onde voas!
E a Clarisse,por onde voa ela?
:)
Beijinhos com sol! :)
Veio o calor e a mesura,
as mesuras desmesuradas!
Bjinho
a tua «frase» voou da forma mais bela neste poema de imagens lindíssimas!
um beijo, Licínia.
Suave a chuva, belíssima a tua escrita, Licínia.
Beijinhos
canto de chuva. na tua poesia. fecunda!
suave o odor a terra. na fermentação do húmus.
muito belo.
beijo
Voa voa
tambem com palavras
as tuas
tão leves ao vento
Suave a chuva....
Também gosto dela e o teu poema fez-me ouvi-la.
Um abraço
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