As plantas esperam que os olhos das casas se fechem.
As casas sabem que um dia os animais as deixarão
e também a cal se cansará das pedras.
A solidão das casas é oblíqua, assimétrica,
um registo incongruente de gargalhadas e silêncios.
As pedras sentem o germinar das sementes
na fundura morna das soleiras.
São elas, as sementes, as madres poderosas
das trepadeiras. São as trepadeiras a nova pele,
o abraço, o manto fresco e colorido,
o futuro das casas para além dos seus olhos fechados.
Licínia Quitério
Foto cedida por uma Amiga
3.5.11
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
arquivo
-
►
2024
(40)
- dez. 2024 (1)
- nov. 2024 (2)
- out. 2024 (4)
- set. 2024 (3)
- ago. 2024 (7)
- jul. 2024 (4)
- jun. 2024 (5)
- mai. 2024 (4)
- abr. 2024 (1)
- fev. 2024 (5)
- jan. 2024 (4)
-
►
2023
(9)
- out. 2023 (1)
- set. 2023 (1)
- jul. 2023 (1)
- abr. 2023 (1)
- mar. 2023 (3)
- fev. 2023 (1)
- jan. 2023 (1)
-
►
2022
(18)
- out. 2022 (3)
- set. 2022 (2)
- jul. 2022 (3)
- jun. 2022 (5)
- mai. 2022 (2)
- abr. 2022 (1)
- mar. 2022 (2)
-
►
2021
(29)
- dez. 2021 (3)
- nov. 2021 (2)
- out. 2021 (5)
- set. 2021 (9)
- ago. 2021 (5)
- fev. 2021 (1)
- jan. 2021 (4)
-
►
2020
(31)
- dez. 2020 (3)
- nov. 2020 (3)
- out. 2020 (1)
- set. 2020 (3)
- ago. 2020 (2)
- jul. 2020 (1)
- jun. 2020 (4)
- mai. 2020 (2)
- abr. 2020 (3)
- mar. 2020 (1)
- fev. 2020 (5)
- jan. 2020 (3)
-
►
2019
(26)
- dez. 2019 (3)
- nov. 2019 (3)
- out. 2019 (3)
- set. 2019 (3)
- ago. 2019 (2)
- jul. 2019 (3)
- jun. 2019 (1)
- abr. 2019 (2)
- mar. 2019 (3)
- fev. 2019 (1)
- jan. 2019 (2)
-
►
2018
(41)
- dez. 2018 (4)
- nov. 2018 (3)
- set. 2018 (3)
- ago. 2018 (1)
- jul. 2018 (4)
- jun. 2018 (7)
- mai. 2018 (3)
- abr. 2018 (4)
- mar. 2018 (2)
- fev. 2018 (4)
- jan. 2018 (6)
-
►
2017
(56)
- dez. 2017 (5)
- nov. 2017 (3)
- out. 2017 (3)
- set. 2017 (4)
- ago. 2017 (5)
- jul. 2017 (5)
- jun. 2017 (3)
- mai. 2017 (6)
- abr. 2017 (5)
- mar. 2017 (4)
- fev. 2017 (4)
- jan. 2017 (9)
-
►
2016
(46)
- dez. 2016 (7)
- nov. 2016 (7)
- out. 2016 (4)
- set. 2016 (4)
- ago. 2016 (1)
- jul. 2016 (4)
- jun. 2016 (5)
- mai. 2016 (6)
- abr. 2016 (1)
- mar. 2016 (1)
- fev. 2016 (2)
- jan. 2016 (4)
-
►
2015
(50)
- dez. 2015 (5)
- nov. 2015 (2)
- out. 2015 (3)
- set. 2015 (4)
- ago. 2015 (5)
- jul. 2015 (5)
- jun. 2015 (5)
- mai. 2015 (4)
- abr. 2015 (7)
- mar. 2015 (6)
- fev. 2015 (2)
- jan. 2015 (2)
-
►
2014
(60)
- dez. 2014 (4)
- nov. 2014 (5)
- out. 2014 (4)
- set. 2014 (4)
- ago. 2014 (5)
- jul. 2014 (6)
- jun. 2014 (5)
- mai. 2014 (7)
- abr. 2014 (3)
- mar. 2014 (7)
- fev. 2014 (4)
- jan. 2014 (6)
-
►
2013
(48)
- dez. 2013 (5)
- nov. 2013 (3)
- out. 2013 (5)
- set. 2013 (5)
- ago. 2013 (7)
- jul. 2013 (4)
- jun. 2013 (5)
- mai. 2013 (3)
- abr. 2013 (1)
- mar. 2013 (3)
- fev. 2013 (3)
- jan. 2013 (4)
-
►
2012
(52)
- dez. 2012 (4)
- nov. 2012 (4)
- out. 2012 (6)
- set. 2012 (2)
- ago. 2012 (4)
- jul. 2012 (6)
- jun. 2012 (4)
- mai. 2012 (4)
- abr. 2012 (4)
- mar. 2012 (4)
- fev. 2012 (5)
- jan. 2012 (5)
-
▼
2011
(60)
- dez. 2011 (5)
- nov. 2011 (3)
- out. 2011 (6)
- set. 2011 (6)
- ago. 2011 (6)
- jul. 2011 (3)
- jun. 2011 (5)
- mai. 2011 (7)
- abr. 2011 (4)
- mar. 2011 (8)
- fev. 2011 (3)
- jan. 2011 (4)
-
►
2010
(54)
- dez. 2010 (4)
- nov. 2010 (3)
- out. 2010 (5)
- set. 2010 (5)
- ago. 2010 (5)
- jul. 2010 (3)
- jun. 2010 (9)
- mai. 2010 (4)
- abr. 2010 (5)
- mar. 2010 (3)
- fev. 2010 (4)
- jan. 2010 (4)
-
►
2009
(54)
- dez. 2009 (3)
- nov. 2009 (3)
- out. 2009 (3)
- set. 2009 (5)
- ago. 2009 (4)
- jul. 2009 (7)
- jun. 2009 (4)
- mai. 2009 (5)
- abr. 2009 (3)
- mar. 2009 (6)
- fev. 2009 (5)
- jan. 2009 (6)
-
►
2008
(55)
- dez. 2008 (6)
- nov. 2008 (5)
- out. 2008 (5)
- set. 2008 (4)
- ago. 2008 (4)
- jul. 2008 (4)
- jun. 2008 (5)
- mai. 2008 (5)
- abr. 2008 (5)
- mar. 2008 (4)
- fev. 2008 (4)
- jan. 2008 (4)
9 comentários:
Belíssimo! mas o último verso é um must!
Este
é como sinto os sentidos
ao olhar as casas e o abandono, ao espreitar o sítio das camas e dos fogões
das traves
- nunca o saberia dizer assim -
Mas sempre, sempre as olho com a nostalgia das trepadeiras ou heras, bordadeiras
Bj da bettips
também as casas são "compostas de mudança". como os olhos de quem as admira...
belissimo. e sabio texto.
beijos
Também vejo as trepadeiras a espreitarem as casas com um inquieto olhar... Belíssimo poema, Licínia. Um grande beijo.
São essas as sementes, todas essas!
Só o poetas no-lo podem ensinar...
delicioso poema.
gostei muito!
bom fim de semana!
beij
Bonito poema! As sementes, fonte de vida, germinam e cobrem as paredes de esperança, vida e cor.
Beijinhos
Bem-haja!
belas trepadeiras estas...que se agarram é pele de quem lê
brisas doces****
Como um poema de frescura e esperança, assim o sinto. A beleza da Vida que se renova.
Enviar um comentário