31.3.13

PRECISO


Preciso de um assombro, de algo que transtorne a intermitência das sombras, que desalinhe as paralelas infinitas, que impeça a monotonia dos calendários, que arrase e desfaça e refaça e recrie, sem explicação, sem teorema, sem axioma, que não responda nem pergunte, que não brilhe nem se apague, que seja a ponta da espada e a bainha e a força do punho e não fira nem salve, não inunde nem seque, que tenha a voz e a mudez que nos nasce e nos mata. Que seja.


Licínia Quitério

3 comentários:

Anónimo disse...

Um bailado? Um filme firme? Uma verdadeira conversa de afectos?
Ontem quase que te iria ver, dizia Mafra ali perto, nos cruzamentos de Sintra. Ah... mas o tempo da tarde brava, as cordas da água, receios que já a idade trás. Outro dia (como se a gente tivesse prosápia suficiente para passar dias de calendário como penas de ave) - um dia destes. Bjinho para ti e A.

Iaceê disse...

Belíssimo!

Manuel Veiga disse...

o fulgor da Primavera? de Abril pleno?

beijo

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