18.1.17

AZUL



Salvè, benevolência do Inverno, a prometer a purificação das horas.
Os homens sempre desconfiam da Natureza dadivosa.
Afincam-se a chorar a intempérie, a enxurrada, o tufão, a seca.
Mesmo o azul os perturba, se abundante.
Ao menos uma nuvem, sua metade branca, sua metade escura, a permitir presságio de mudança.
Só a imperfeição contenta os homens.

Perfeitos os deuses, esses sim, sem mácula, sem dor, distantes, muito distantes, da pobre humanidade.

Licínia Quitério 

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