18.12.17

A INFÂNCIA





Havia tempo, todo o tempo
de viver a infância.
Havia caminhos longos
para percorrer a infância.
Havia uma pressa de chegar
ao fim da infância
para ficar do tamanho das pessoas
que já tinham perdido a infância.
A aspereza do saibro dos caminhos
ficou guardada nos joelhos da infância.
A bicicleta ajudou a encurtar
a estrada da infância.
As uvas amadureciam e perfumavam
os sabores da infância.

É preciso crescer, envelhecer, para poder contar
o que nunca aconteceu na infância.

Licínia Quitério

foto cedida por José Alfredo Almeida

2 comentários:

Graça Pires disse...

Magnífico poema, minha Amiga Licínia!
Aproveito para te desejar um Bom Natal e um ano novo cheio de amor, saúde e bem-estar.
Um beijo.

Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor em família e outros amigos

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