Perdemos o antigo saber da mão na mão,
os dedos enlaçados, o aperto leve,
nascente o suor maninho.
Da boca a boca, já pouco sabemos,
só a lembrança de uma certa fala
nascida talvez no coração.
Do abraço, tão perto o braço,
esquecemos o formato.
Passámos a dizer infindo laço que tivemos.
A pouco e pouco o corpo vai morrendo.
Ai de quem se atreveu a dizer
eu sou, eu estou, eu ficarei.
Havia de vir um ladrão maior que os outros,
embora o mais pequeno, o mais mutante.
Aí o temos, enquanto formos o que somos.
Licínia Quitério
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