12.11.25

A TEMPESTADE

 Vai passar vai passar a tempestade

Escuta o discurso do vento

Recolhe a folha seca

Com um recado inscrito

Podes não ter aprendido

A linguagem das nervuras

Mas elas conhecem

O desenho da tua mão

A voz do vento dir-te-á

Um nome que esqueceste

Numa conversa de outro tempo

A chuva canta no parapeito

Um cânone doutras paragens

A tempestade vem e vai e voltará

Tu continuarás  sem entender

A impermanência dos dias da bonança


Licínia Quitério


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