Repetidamente falo de plantas verdes e de muitas águas.
Alongo os braços sobre os lagos e as gotas de regresso trazem o agudo desejo de subida.
O rumor imperceptível das avencas anuncia vertigens na humidade dos poços.
Nas manhãs sonolentas um vapor de lágrimas aflora a pele dos pântanos.
Falo dos rios para dizer nascer da terra e fazer-se mar.
Quando a chuva bate nas vidraças o húmus da noite acorda sob a casa. É quando afirmo a fragilidade da canícula.
Licínia Quitério
15 comentários:
a água e e o verde da terra são a fecundidade da natureza.
Um texto enxuto,belo e tão poético!
Dos rios paridos pela terra desaguando na vida!
Belo texto.
Um beijo, Licínia
obrigado Licinia :) pra ti tambem
Com a delicadeza da água, ou da lágrima, fecundamos pensamentos.
Secos.
Solitários.
Límpida lágrima/água que se faz ao largo, ao encontro de outras.
Um grande mar de nós.
Bjinho
Nesta manhã chuvosa e por sugestão da minha amiga Maria Carvalhosa, decidi fazer uma visita à poesia de Licínia Quitério e acreditem que estou de facto feliz.
O calor e a beleza das metáforas apagou o frio que teimava em colar-se à pele.
Há uma beleza constante nos vocábulos que se vão emparelhando até nos fazer chegar à emoção.
Parabéns.
Alberto Pereira
Querida Licínia, é sempre um prazer ler as palavras que escreves com tanto talento e sabedoria.
Vai ao girassol, há bolo e uma flor para ti.
Beijinho
É quando todos os rios do mundo nos nascem por cima dos olhos...
Um beijo.
Do ventre até à foz
como sempre disse
àcerca dos rios
Delicadeza profunda. É isto que apenas sei dizer do teu texto.
Falas dos rios pelo que aspiram ser, pelo sonho que representam. Um texto de beleza inexcedível. **
poema-húmus...
na delicadeza das avencas.
belíssimo.
beijos
... finalmente o verde em todo o seu esplendor! apesar de (como canta o outro) "frágil, sinto-me frágil... " revigoro-me com tal fragilidade canicular
na bancada suoerior de Alvalade.
beijinhos e sorrisos.
bendita fraxilidade que nos humaniza día a día momento a momento...
fermoso post.
Beijos Licínia
;)
Os verdes enchem-te os olhos, Licinia...
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