gente que passa o tempo desvivido
vai ao supermercado ao fim da tarde
à prateleira de cima das virtudes
no corredor ao fundo da ilusão
vidas em chamas a ocultar a cinza
que por vezes se encravam no embaraço
de mostrar da folha em branco a decepção
vidas de gente que cruza a nossa vida
e nela entra e sai sem lhe darmos guarida
perdidos que estamos na procura dos fios
a embrulhar mais dias e mais vidas
Licínia Quitério, 2006
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