Haja um tempo em que o Verão
abra caminhos limpos, intervalos
de sombra onde dormitem musgos,
e as asas dos pássaros se aquietem
e os pés cansados se refresquem
na leveza das águas, no recorte
das ervas.
Num tempo assim hão-de ecoar
cantares de amor e abundância
no côncavo dos poços, nas cavernas
do frio, na garganta dos tristes.
Dobrados, rente ao medo, esperam.
O tempo há-de chegar.
Licínia Quitério
18.8.09
HAJA UM TEMPO
partilhado por Licínia Quitério às 10:41:00 da manhã
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15 comentários:
Maravilhoso esse tempo de intervalos - portos de abrigo a serenar os pés exaustos da caminhada.
Um beijo
Muito bonito o teu poema. O tempo chegará. Muitos beijos.
Sim, o tempo há-de chegar...
Beijo
Haverá um tempo de novas sementes
com bocas de pão, e searas maduras
haverá o carmim das bocas no riso da fartura
.
tanto o desejo
como sol, em estação demorada de inverno.
Obrigada Licinia, também, por me ter permitido conhece-la.
e mando-lhe um beijo sereno, no azul liquido da minha ria
Fico à espera na minha falésia
no apeadeiro
das marés
Esperamos sempre esse tempo tão mágico, tão cheio de esperança...
Um poema lindíssimo a apelar ao amor no tempo da desordem...
Um beijo Licínia.
Dito assim, com essa elegância e ternura, parece que é já amanhã que esse tempo vai chegar...
Olá,
Antes de mais, quero dar-lhe os parabéns pelo seu magnífico blogue. Acho que é deste tipo de blogues onde se promove, entre outras coisas, os hábitos de leituras que fazem falta na blogosfera. Vou ser leitor assíduo dos seus textos que são muito interessantes. Aliás, tornei-me seguidor para puder acompanhar o seu blogue com mais atenção.Continue o seu trabalho
Convido-o a visitar o meu blogue: o Interjeições, em interjeicoes.blogspot.com.
Escrevinhador
e fecundas o tempo de espera com belíssimo poema.
beijo
Na curva que esperamos.
Entretecendo poetas e lembranças.
Bjinho
... quem não tem esperança de um tempo assim?! Apenas(?) aqueles que ao tempo tudo roubam e dele mais querem. Mas na minha terra há um passarinho que se chama cácalharás* e que não dorme...
* Foi esse passarinho que me azucrinou de tal modo os ouvidos que me "obrigou" a editar um post. Só para não o ouvir, raça de pássaro...
Poderoso tempo...
Sería fantástico coincidir de novo e compartir este tempo de "distancia".
Unha aperta minha benquerida Licínia
:)
Haverá.
A imagem convida à paz.
Beijo, Licínia.
e também nos poços
mais profundos
e
na ausência de fechos
nos vestidos,
~
Tão fresco! Como uma Cantiga de Amigo.
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