5.8.06

HISTÓRIAS


Conta-me uma história
com lobos maus, raposas a voar,
cegonhas sem vergonha,
palavras a rimar.

Conta.
Que se não contas, Mãe,
com que é que eu vou sonhar?






Foto de Joana Leitão, em Mafra Regional

São os novos contadores de histórias. Andarilhos que percorrem o país, a desenterrar tesouros para os salvarem do esquecimento e depois os partilharem com crianças, em escolas, bibliotecas. Recolhem histórias, às vezes dão-lhes novas roupagens e depois contam-nas, com vozes bem moduladas e gestos expressivos, em salinhas coloridas, e encantam miúdos e graúdos. São modestos acontecimentos que não merecem notícia da chamada imprensa de referência. É pena. Neste nosso mundo de desalentos, seria conveniente anunciar que há gente que se ocupa de coisas tão notáveis como o levantar da memória e a passagem do seu testemunho. Por caminhos destes, não se perderá a magia das vozes que dão asas aos sonhos suspensos dos olhos das crianças. Já agora, contem-me uma história!

Licínia Quitério





15 comentários:

Maria P. disse...

Era uma vez uma menina, seu nome Maio, vivia num país cinzento, o nome do país? - Clicar.
Todos os habitantes, chamados os teclas, ocupavam os dias a clicar: ctrl, Alt, Delete, Pg Up, Pg Dn, End...enfim nada de novo.
Porém houve um dia, em que a Menina Maio,escapando aos olhos da mãe Arroba e do pai Ponto.Com, clicou onde quis e muito bem lhe apeteceu!
- Onde?
- Várias letras, pontos e teclas!!
- http://sitiopoema.blogspot.com/
- Mas o que é isto?!!
- O Sítio do Poema, um país novo...

A Menina Maio nem queria acreditar, aquele era um lugar diferente de todos os que visitava nos fins-de-semana com os pais. Ali havia cor, nada era só cinzento, palavras bonitas, belas até...havia amor, havia esperança.
Nessa noite dormiu vestida de azul e sonhou que um dia iria àquele lugar, talvez ficasse por lá... e sonhou, sonhou que existe sempre o outro lado, sonhou que vale a pena... vale a pena imaginar Histórias, podem acontecer...e viver feliz para sempre.

Beijinho e bom fim de semana, vizinha.

JP disse...

Todos os blogs têm uma história. Quando começam jovens rotulam-se diariamente e jogam a futilidade na praça.
Depois, amadurecem, dizem baixinho os segredos que nem todos os que os ouvem entendem e deixam ficar a crónica retalhada da verdadeira fábula de uma vida.

Nessa altura, só as crianças conseguem ouvir a maravilhosa lenda da juventude eterna e pacientemente aguardam que a princesa da quinta dos lagos seja acordada pelo juramento de um beijo e o abraço do amor.

tb disse...

Eram várias borboletas que voavam entrelaçadas, sonhando com novos mundos. Mas sabendo que a vida é curta, fizeram uma pausa retomaram formas diferentes e continuaram a caminhada pelo sonho...
Beijinhos

GK disse...

Conhecem a iniciativa "Palavras Andarilhas" da Biblioteca de Beja? Normalmente é em Setembro... Dêem lá um salto...

Bj.

O Sibarita disse...

Sim! Viva os contadores de histórias sem eles muitas crianças teriam ainda mais uma infância triste.

Aproveito convido-te e a todos para conhecerem o nosso blog que tem apenas uma semana de vida, mas, com grande disposição de seguir sempre em frente... Enquanto houver um contador de histórias O Sibarita estará vivo!

Abarços,

Anónimo disse...

É magnífico o trabalho destes contadores ambulantes... tive o privilégio de ver, há uns anos atrás, uma senhora da Biblioteca de Beja. Fez três sessões na escola onde estava. Para a primeira, tive de argumentar muito bem para que os alunos me acompanhassem. Depois tive de me aborrecer com eles... faltaram às aulas para assistir às outras sessões. Com uma particularidade: eram iguais àquela que já haviam visto.
Agora, à distância deste tempo, ainda bem que faltaram. No lugar deles teria feito o mesmo:)

Muito bem lembrado, Licínia:)
Um abraço

M. disse...

Quem me dera ter estado sentada ali no meio dos meninos a ouvir histórias! Esse é um espaço verdadeiramente aberto... ;-)
E obrigada pelo beijinho com cheirinho a mar.
Deixo um meu com perfume de flores.

Manuel Veiga disse...

reconfortante saber! precisava mesmo de uma boa notícia! grato

vida de vidro disse...

Era uma vez um globo de vidro onde vivia uma menina (ela ahava-se sempre menina). Lá dentro, ia acumulando palavras, até que eram tantas que conseguiram quebrar o vidro. Só um buraquinho pequeno, um furinho de espreitar mas a menina, que tinha umas asinhas pequenas, começou a estendê-las a pouco e pouco. Conseguirá a menina voar? :)**

GTL disse...

Que saudades do tempo em que eu acreditava que a bruxa má não podia fazer mal à princesa porque a princesa tinha uma fada madrinha que a protegia. Ou de acreditar que o sapo vira principe, mas o que descobri foi que o meu principe virou sapo :(

MDB

OLHAR VAGABUNDO disse...

era uma vez um era uma vez,que só queria ser um era uma vez para sempre.por isso num dia de sonho disse ao sono que ia beijar o arco iris para nunca mais ter que ser um era uma vez sem um final feliz....
beijo vagabundo

sem-comentarios disse...

Não tenho mt jeito para contar historias.
Mas, aqui na minha cidade, todos os dias há a "hora do conto", no Centro de Artes.
Já tive oportunidade de ir assistir e fiquei deliciada :)

Gostei do teu post,fez-me relembrar.

Bjs*

DE-PROPOSITO disse...

Deixar uma saudação, e um que tudo esteja bem.
Manuel

GTL disse...

tenho saudades de ser miúda e de ouvir as histórias que as minhas avós contavam à luz da lareira :o)
Bjs
TG

Esvoaçante disse...

Inventar histórias é de outra natureza mas também é missão dos contadores de histórias.

Gosto de ambas - das antigas, renarradas, e das inventadas, que provavelmente, nem perdurarão.

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