12.2.19
SIM
Os livros, sim.
A escola, sim.
E a pele, e o ouvido, e o cheiro, e o olhar, e o paladar, sim, sim.
Olhar quem passa, ouvir o amigo e o inimigo, cheirar o pão, o ferro, o suor, o vinho, a maresia, sentir o frio, o calor, a macieza da pele, do pelo, sentir o corte, o empurrão, a dor, o aperto, o abraço, saber o amargo até ao fel, o doce até ao mel.
Se o tempo chegar, estudar a filosofia dos gatos, das magnólias, do xisto, dos velhos sábios, dos velhos ignorantes, da lua nova e da orion.
Depois dormir, com um livro inacabado sobre peito.
Licínia Quitério
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31.1.19
SÍTIOS
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1.1.19
2019
Mais um ano
tantos anos
os que passaram por mim
a apontarem o caminho
que eu nem sempre segui
mas nunca me arrependi
que o caminho somos nós
nossos o corpo e a vontade
nosso é tudo o que colhemos
seja bondade ou maldade
as dores e os amores cruzando
com as canções que cantamos
com os versos que escrevemos
com os amigos que alcançamos
com os amigos que perdemos
muitos anos
deste mundo em desvario
de gente à míngua de pão
de velho a morrer de frio
de fogo no arvoredo
de gente de arma na mão
de gente à beira do medo
sem que eu os possa contar
Meu caminho foi somar
por vezes diminuir
e outras multiplicar
para poder dividir
sabendo que o resultado
desta vida desta escrita
depois de bem apurado
é uma dízima infinita
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31.12.18
SE EU FOSSE
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22.12.18
PAZ
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11.12.18
UMA ROSA
Uma rosa é uma rosa
A rosa nasce onde a dor se apresenta se afinca a morder a roer a rasgar o tecido a amarelar o sangue a corromper o nervo
No coração da ferida
nasce a rosa É um sorriso no matagal uma maçã no escombro Nasce de noite sobre a erva má Quando amanhece e o corpo aquece a rosa cresce a rosa dança ao derredor da chaga e a perfuma e a enlaça e o corpo esquece a fundura do poço o tremor o fervor da pele até ao osso
Ora sim ora não
o corpo avança Rosa rosae é uma declinação é uma oração a desviar a lança
Licínia Quitério
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6.12.18
AS ESPERAS
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30.11.18
A AUSÊNCIA
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21.11.18
UM PAÍS
Há um país onde tudo arde
menos a boca das mulheres
onde a água se demora
e os olhos dos homens
onde a água escorre
É um país onde tudo seca
e treme
e desmorona
Só a água se demora na boca das mulheres
à espera de ser leite
e ser criança
Só dos olhos dos homens escorre a água
que vai ser lago
e afogar a cinza
Há um país à beira do abismo
Há uma mulher a contar as ovelhas
Há um homem a juntar as sementes
Nenhum deles quer saber o nome do país
Licínia Quitério
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6.11.18
OS PEIXES
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20.9.18
17.9.18
OBJECTOS
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14.9.18
RITMO
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15.8.18
Que faremos
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25.7.18
O INFINITO
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23.7.18
O POEMA
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10.7.18
6.7.18
LUZ
Resistir, mudar, sobreviver Um sonho a vários tempos A casa, o corpo Enquanto luz houver Licínia Quitério |
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29.6.18
28.6.18
SIGNOS
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14.6.18
MENINOS
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10.6.18
COISAS RARAS
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9.6.18
CONVITE
http://www.centesima.com/content.asp?startAt=4&categoryID=15&newsID=859
Na Livraria Centésima Página, em Braga, no dia 22 de Junho, pelas 18h30m,
com os meus livros e as caligrafias de Ariana Andrade.
Apresentação de Virgínia do Carmo, da Poética Edições.
Apareçam.
Licínia
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6.6.18
5.6.18
VOLTAR
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16.5.18
A SEDE
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8.5.18
TRAVESSIA
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1.5.18
A DOR DO RIO
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24.4.18
TAIS-TOI
Tais-toi, poète,
tu sais, la guerre
est avare de tes mots.
Garde-les,
garde-les bien,
abimés dans ton coeur.
Personne ne saura
pourquoi tu deviendras
un poète muet.
On dira
que ta vie est gachée.
Calme-toi, poète,
tu sais, la guerre
s’achèvera sans te prendre tes mots
si bien gardés
au fond de tes sanglots
au bout de ton silence.
Écoute-moi, poète,
attend!
Le temps arrivera
pour tes mots,
pour ta voix
pour ton chant libéré,
encore plus haut,
en demandant le tout,
l’immensité.
Licínia Quitério
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21.4.18
O BINÓMIO
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8.4.18
LULA
Vem dos países da terra e do metal.
Em seu redor os muitos filhos
roubados à fome e à nudez
gritam o seu nome
de consoantes doces
vogais quase fechadas.
É um Homem vestido de luta
a contar a história dos seus passos
a história dos seus sonhos
iguais aos sonhos de todos os meninos
perdido o medo do papão.
É um Homem com uma ideia.
É um Homem com um sonho.
Um Homem livre
encarcerado e livre.
É uma ideia em movimento.
É um sonho inacabado.
É um Homem.
Licínia Quitério
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2.4.18
OS MUROS VELHOS
Os muros velhos dão guarida
a ousadias vegetais
formosos atavios
de rendas e recortes
a lembrarem vestidos
de pequenas bonecas
nos pequenos colos
das pequenas meninas
com grandes olhos
de encantar
Nos muros velhos acoitam-se
pequenos animais
contorcionistas
malabaristas
da cal e do granito
velozes frios fugindo
à astúcia predadora
dos famintos
É bom atentar nos velhos muros
e nos seus habitantes
vegetais e animais
a cumprirem a vida e os seus ciclos
a respeitarem o Sol e a sua lei
a esperarem a chuva
a suportarem a seca
Estes muros velhos
pacientes
resistentes
guardadores de seus bichos
suas ervas
sabem que vão desmoronar
no dia em que chegar
o cavalo negro à rédea solta
nas ancas fumegante
a marca do ferro do mandante
Era uma vez um muro velho
e os seus vegetais
e os seus animais
Começa assim a nova história
Do cavalo negro nenhuma história se escreveu
Licínia Quitério
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16.3.18
UM LUGAR
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14.3.18
PERSPECTIVA
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28.2.18
O OIRO
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20.2.18
INTIMIDADES
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12.2.18
A OUTRA
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6.2.18
ANDARILHOS
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28.1.18
EU SEI LÁ
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23.1.18
VAI, MEU CORAÇÃO
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