Presa estou no verde da cidreira,
na sanguínea do bago da romã,
na coroa de céu do agapanto,
na seda do lírio, no linho,
da semente ao lençol,
do lençol à lenda de esponsais,
na noite da coruja,
no rouxinol do imperador,
na crueldade dos impérios,
no amarelecer da pele,
no rosado do pêssego.
Enredada estou na quadrícula
das sílabas, no ardil das palavras,
no labirinto dos poemas
de todos os poetas
de todos os tempos,
no cansaço das dúvidas,
no cansaço das dúvidas,
do clamor das servidões,
da lentidão das utopias.
da lentidão das utopias.
Presa e enredada estou
na soberba vontade de saber
a carne do infinito.
Licínia Quitério
1 comentário:
Como presos estamos no infinito! Belo poema!
LS
Enviar um comentário