13.5.09

O FOGO E AS ÁGUAS


Tantas vezes no gelo
adormecemos.
Tantas vezes o fogo sob as águas
nos desperta.
Cristais de sal no olhar.
Sinais de espuma
na quadrícula dos dias.
Dizer eu tive eu fui eu quero.
Tocar o mármore
e vislumbrar o átrio.
Redesenhar o quadro
e expô-lo à claridade.
Dar o corpo ao presente
como se faz no amor.
Enquanto o fogo sob as águas.

Licínia Quitério

11 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

Tão , tão belo ... Tão perfeito!
Abraço, Poeta
_______ JRMARTO

Maria disse...

Ah, e como é belo este fogo sob as águas... e como são intensas as tuas palavras...

Beijo

© Maria Manuel disse...

o fogo desperta-nos para a vida.
belo poema!

Mar Arável disse...

Minha querida

tem toda a razão

o gelo queima

Bjs

Justine disse...

Não consigo penetrar este gelo a arder. Ilusão do poder? Enganos? Fugas? Perdi-me...

jorge esteves disse...

Sabes achar-lhe o tom para que o som tenha o tom das letras juntas...

abraços!

A Lusitânia disse...

dizer como no poema
para ti escrevo.

Graça Pires disse...

O fogo sob as águas... onde se desenha a sede lentamente...
Muito belo Licínia. Um beijo.

Alberto Oliveira disse...

Está perfeito
pois nota-se que vem de dentro
de ti, do peito.
E assim sendo,
não ponho mais na carta
fora do baralho.
Fazendo votos que os bombeiros
tenham sempre muito trabalho*.


*Poeticamente falando, claro.

Sorrisos.

bettips disse...

Ando em moderação, em distracção.
Tipo melting point.

Felizmente há abraços.
Fogosos de amizade.
Bj

Manuel Veiga disse...

ardente e breve esse fogo. lampejos de claridade. que os dedos tacteiam. apenas...

e no entanto,

o mármore abre-se em átrio. na bruxuleante luz...

beijo

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