27.1.10

AMEI O VERÃO




Amei o verão e as sombras ofertantes
de grutas e desvãos e amáveis
copas  aos tórridos amantes.
Imensa a praia onde me deitei
e mais ninguém pisou como eu pisei.
Eram então os dias em  que o corpo
se  vestia de carmim e açafrão
para receber o desenho dos pássaros
na frescura da lâmina da tarde
e a minha escrita era líquida e nua
a deixar-se tomar por peixes verdes
que um poeta andarilho me oferecera.

Foi claro e breve o tempo da inocência.
A praia essa continua imensa.

Licínia Quitério

14 comentários:

Maria disse...

Estão aqui, nas tuas palavras, memórias da minha inocência.
Deixaste-me em estado líquido, Licínia!

Um abraço

José Carlos Brandão disse...

Amei o teu poema, Licínia.
Também amo o verão, o mar, os pássaros e, até, os peixes verdes - tenho um poema com esse motivo: peixes verdes - é extasiante.
Abraços.

Justine disse...

A tua escrita continua liquida e nua e poética - em qualquer tempo, inocente ou não.
Mas também tenho saudades do Verão!

Manuel Veiga disse...

como o tempo contamina a inocência! e a praia (imensa) a fervilhar. nos passos andarilhos e nas palavras limpidas e puras!

assim te leio. com admiração.

beijo

bettips disse...

"Como ontem-como tu"
murmuram os olhos.
Bjinhos Licínia

batista disse...

"Foi claro e breve o tempo da inocência.
A praia essa continua imensa."

... mas apesar de imensa
a praia
nunca foi grande o bastante
pra comportar todos os sonhos
d'um tempo
breve
(nem sempre claro)
de quando pra voar
só necessitávamos da imaginação.

deixo um abraço fraterno, Licínia.

Alberto Oliveira disse...

... apenas um poeta andarilho teria a faculdade de poder ofercer peixes verdes. Um comum banhista não iria além de um gelado da Olá (passe a publicidade) ou um café na esplanada da praia.

abraço.

vieira calado disse...

Olá, amiga!

Achei muito bonito o seu poema!

Beijinho

Arábica disse...

Amada me pareces, também, pelo Verão, no seu fulgor inocente.

:) Um beijinho, Licínia.

Rui Fernandes disse...

Como o Legível teve um acesso de rara lucidez, não posso deixar de estar em acordo com ele. Mas isto é apenas um à parte.

Quanto ao tempo de inocência, pois foi! o tempo ... é o tempo.

Bj.

maré disse...

tão breve o tempo inocente dos pássaros.

tão extasiante o abismo do azul

antes do tempo devasso do olhar


________

beijo

© Maria Manuel disse...

é «claro e breve o tempo da inocência», que tão bem poetizas, tempo de pássaros, frescura, despojamento, imensidão, do «poeta andarilho». belo!

beijo, Licínia.

Alberto Oliveira disse...

... apenas para agradecer ao Rui Fernandes as palavras simpáticas com que me quis brindar mas que não mereço. É que sou muito cioso da minha doidice.

abraços e sorrisos.

M. disse...

Belíssimo! Também este, Licínia.

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