30.7.14

O ESCOMBRO


As cidades bombardeadas não são a cores nem a preto e branco. 
As cidades bombardeadas são da cor do escombro. 
Não têm céu, as cidades bombardeadas. 
Acima do pó, a ausência do céu. 
A cor do caos é indecifrável, inominável.
Do escombro erguem-se corpos imponderáveis que são fumo.
Só as cordas de fogo têm cor. Só elas permitem mapear o escombro. 

Licínia Quitério

3 comentários:

Manuel Veiga disse...

"belo-horrivel", teu poema.

beijo

bettips disse...

A vaga do medo avança enquanto se reúnem os burocratas, à mesa ou no hemiciclo. Não caia um raio que os parta, em directo, e o fumo se evole, deles que não são inocentes. Bjs

M. disse...

Sim, "acima do pó a ausência do céu". Terrível.

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