23.7.15

A MUDANÇA


Quando o braço da memória se alonga 

e nos arrasta para um canto escuso
de uma rua escusa
de uma terra perdida
do cuidado dos homens, 
é que sabemos da mudança,
do declínio, do permanente abuso,
na parca solidez dos muros,
na frágil fortaleza dos portões.
Quem somos e ao que vimos
são interrogações
presas no cimo das vigias,
cegas agora as vigias,
desarmadas, 

esperando ainda os inimigos 
que já não sabem nomear.
Tanto mudou a rua, 
tanto mudou a terra,
tanto mudámos nós,
e o sonho permanece.

Licínia Quitério 

4 comentários:

Graça Pires disse...

Tudo muda, minha querida Amiga, menos o sonho e este seu talento para escrever... Belo, o poema.
Um beijo.

Unknown disse...

Olá, Licínia
O sonho permanece porque pulsa dentro da alma com a energia da criança.
bj amg

O Puma disse...

... e já é tanto

Bjs

Manuel Veiga disse...

o desbaste do Tempo. implacável...
por isso destilamos os sonhos em sabedoria...

muito belo, minha Amiga

beijo

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