21.9.20

VERÃO

 Anda por aí, de porta em porta, em despedidas.

Não é como o pai natal.

No saco não traz presentes

mas ameaças.

Diz, envolto num pano de vento:

Portem-se bem,

não abram os armários da ternura,

esqueçam tudo o que aprenderam sobre o amor.

Se assim fizerem,

voltarei para o ano a visitar

as vossas cidades de gelo.

Há quem lhe chame o medo.

É apenas um Verão

que aprendeu a mentir.

 

 Licínia Quitério


1 comentário:

Graça Pires disse...

Que verão gelado, este que nos contas, minha Amiga Licínia.
Cuida-te bem.
Um grande beijo.

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