Desertas as cidades
quando todos faltaram
ao encontro com o medo
e a derrota
Nem a voz dos cães
nem o restolhar das folhas
Nada soa nas paredes das casas
Nem o respirar dos velhos
nem a risada dos novos
Cidades prisioneiras
de gente prisioneira
do silêncio novo
encomendado e servido
em bandejas de cobre
oxidadas de verdete e malícia
Cidades programando a ruína
desprezando a gente e os seus lamentos
alimentando a lassidão ou o desespero
a raiva ou a desistência
num bailado incoerente
estúpido e silencioso
Não há traço de morte nas cidades desertas
Vivem o seu prelúdio da loucura
Licínia Quitério
1 comentário:
Contra os medos
sem muros nem amos
BJ
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