18.9.21

MADRUGADA


 Acordou cedo e saiu para a sua tarefa de saber a madrugada.

A neblina esbatia os contornos das casas, das árvores, das coisas que os humanos penduram nos fios tensos do correr dos dias.
Fitou o lugar donde lhe vem o medo e deteve-se, musculada e avolumada.
Só o recorte das narinas fremia, ao ritmo do coração.
Como qualquer ser animado, no seu primeiro cuidado de defender a vida.
Escolheu-me para ser igual a ela.
Ensinou-me a prezar as madrugadas.

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