26.3.22

A GUERRA

 

Nasceu da raiva dos vulcões

da inclemência da tempestade

da secura das florestas

a guerra

alimentou-se do leite azedo das mães

do sangue arrefecido dos soldados

da desmesura dos imperadores

a guerra

cresceu para ser dona das casas

das ruas das cidades dos países

para secar os rios

para queimar os corpos

para rasgar os mapas

para apagar os nomes

a guerra

ergueu altares ao ódio

à doença à fome

à morte de inocentes

a guerra

declarou-se invencível

universal eterna

obedecida e venerada

a guerra

esqueceu-se do amor

e definhou

a guerra


Licínia Quitério

1 comentário:

Graça Pires disse...

A guerra. Disseste tudo da forma original que só tu sabes dizer.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

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