Nasceu da
raiva dos vulcões
da inclemência
da tempestade
da secura
das florestas
a guerra
alimentou-se
do leite azedo das mães
do sangue
arrefecido dos soldados
da desmesura
dos imperadores
a guerra
cresceu para
ser dona das casas
das ruas das
cidades dos países
para secar
os rios
para queimar
os corpos
para rasgar
os mapas
para apagar
os nomes
a guerra
ergueu
altares ao ódio
à doença à fome
à morte de
inocentes
a guerra
declarou-se
invencível
universal
eterna
obedecida e
venerada
a guerra
esqueceu-se
do amor
e definhou
a guerra
Licínia Quitério
1 comentário:
A guerra. Disseste tudo da forma original que só tu sabes dizer.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
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