foto tirada da net
URBANIZAÇÃO
Tudo o que vivêramos
um dia fundiu-se
com o que estava
a ser vivido.
Não na memória
mas no puro espaço
dos cinco sentidos.
Havíamos estado no mundo, raso
um campo vazio de tojo seco.
Depois, alguém
urbanizou o vazio,
e havia casas e habitantes
sobre o tojo. E eu,
que estivera sempre presente,
vi a dupla configuração de um campo,
ou a sós em silêncio
ou narrando esse meu ver.
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
Como José Gomes Ferreira dizia dos pássaros, eu quero dizer que os POETAS quando morrem caem no céu. Seja ele o que for ou nada seja. É esse agora o lugar que me acolhe quando leio FIAMA.
Licínia Quitério
18 comentários:
Venho deixar os votos de um bom dia alargando-o a um bom fim-de-semana.
Venho dizer que a propósito da palavra tojo vieram-me à memória cenas de um passado distante. Eu pequeno, ia ao mato e apanhava com uma pequena enxada, os ditos que levava para a minha avó acender o forno com que se cozia aquele delicioso pão suado e caseiro. Hoje estão lá vivendas, bonitas, vistosas, com grandes piscinas e os meninos que lá moram não sabem o que é um tojo……
Até breve
SE DEUS QUISER
Que maneira tão bonita de falar destas coisas!
E essa dupla configuração do olhado e do olhar, quase sempre deixa húmida a curvatura dos olhos...
Afectuosamente
Passei para ver os amigos, apreciar o blogue, sempre com bom-gosto e qualidade, factor que me leva a visitá-lo para deixar o desejo dum óptimo fim-de-semana, apesar deste frio que enregela, mas como diz o povo «mãos frias, coração quente».
... e eu subscrevo na íntegra o teu dizer. Que seria extremamente injusto, que os POETAS quando morrem caissem numa floresta de cimento; que de floresta apenas tem o nome. O céu é amplo, logo cabem lá perfeitamente todos os POETAS e os seus leitores (que não têm de esperar pelas feiras dos livros ou por livrarias acanhadas). Os últimos, de passagem mais ou menos breve. O tempo de degustarem com tempo, os poemas dos seus poetas preferidos. Que quando chegar a sua hora, cairão noutra zona do céu... penso eu, que ainda não experimentei essa queda...
O melhor mesmo, é ficar por aqui, não vá ainda cair e partir uma perna...
Tão singelo, cair no céu, voar no verso. Lindo o teu pensamento para uma feminina militante da palavra. Bjs
Passei para te deixar um beijinho e desejar um bom fim de semana.Um poema lindo! Cresci com a poesia de Cândido Guerreiro, João de Deus, Bernardo de Passos, António Aleixo...
Venho dizer-te olá, ler os teus poemas e prosas, deixar-te um beijinho.
Embora os amigos, mesmo os virtuais, nos acompanhem nas nossas ausências temporárias.
Xi-coração da flor
Fiama, uma voz que nos faz falta.Bem hajas por a teres aqui recordado. Se céu houver, certamente lá terá caido. Bonita esta imagem do saudoso José Comes Ferreira. Normalmente diz-se "subir ao céu". Só que oa Poetas pairam acima dele
Beijinho para ti
Cair no céu... bonita forma de dizer! É uma singela e belíssima homenagem, a tua! **
Excelente e justa homenagem.
Um bom Domingo, amiga.
P.S. O meu silêncio tem cor: paisagem.
Completamente de acordo.
Há muita gente de relevo indiscutível da nossa cultura a deixar-nos.
:)
Tão bela, essa associação de que te lembraste para, de forma ainda mais bela, fazeres lembrar!
:-*
Não sei porquê, mas há presenças das quais a gente não se quer afastar. Por isso venho e estou!
querida licínia. um tributo muy belo ;) para si, sempre o céu * beijinhos
bela escolha, licínia.
não sei onde vão parar os poetas, quando morrem. agora que falas nisso, imagino que irao ter a um rio; mas um rio alto, tranquilo, onde eles passam o tempo, sorridentes, a navegar palavras.
abraço grande
E era uma belissima poeta que infelizmente partiu quando poderia ainda escrever mto mais coisas bela como é exemplo esta agora publicada aqui.
Bjs
TD
É a primeira vez que aqui venho, mas encontrei logo este maravilhoso poema! Quanta verdade ele transporta...
Gostei muito!
te gosto muito, amiga: sabes? essa forma generosa de ver o mundo e as pessoas... valeu!
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